sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Lançamento da Peiote em Rio Grande - RS


Amanhã e depois, dias 30 e 31 de Janeiro, vai rolar em Rio Grande - RS um evento em comemoração ao Dia do Quadrinho Nacional. Além de uma programação bem legal, também vai acontecer o lançamento de nossa revista Peiote na cidade, com a presença do artista Law Tissot (autor da página acima) autografando a revista para o pessoal. Segue aí o texto de divulgação do evento (retirado do fotolog do amigo Lorde Lobo):




2º Encontro do Quadrinho Nacional no Ponto de Cultura ArtEstação
Em 30 de janeiro é comemorado o Dia do Quadrinho Nacional, e serve para lembrar que nessa data, em 1869, foi publicada a primeira história em quadrinhos brasileira. O trabalho apareceu nas páginas do jornal Vida Fluminense, com o personagem fixo Nhô Quim, criado por Angelo Agostini.

E, aqui na cidade de Rio Grande, pelo segundo ano consecutivo, a data será comemorada no Ponto de Cultura ArtEstação, e reunirá artistas (quadrinhistas profissionais e independentes) e leitores apaixonados pela 9ª Arte.

O evento contará com ciclo de palestras, lançamentos, sessões de autógrafos, exposição (de vários artistas) e, é claro, muito bate-papo entre os artistas e participantes, num clima bem descontraído.

Já confirmaram suas participações no evento, os artistas:

Ozi - Professor do curso de Biblioteconomia da Furg e criador dos personagens Dod e Dosmeu. Estará palestrando sobre quadrinhos na internet.

Rodnério Rosa - Diretor de curtas do Grupo RBS e fanzineiro. Palestrará sobre fanzines, underground e arte punk.

Law Tissot - Professor de Artes e quadrinhista criador da série gráfica Cidade Cyber. Também estará palestrando sobre fanzines, underground e arte punk e, ainda, autografará a revista em quadrinhos Peiote.

Odyr Bernardi - Desenhista do álbum Copacabana, lançado recentemente e que tem tido grande sucesso de crítica. Estará autografando.

Lorde Lobo - Jornalista-ilustrador do jornal Agora e quadrinhista criador do Penitente. Estará lançando e autografando a terceira edição da revista de seu personagem.


Jader Corrêa - Quadrinhista e editor da revista independente Alexandria. Desenhista da revista Penitente, a qual também estará autografando.

Matias Streb - Outro responsável pela revista independente Alexandria e desenhista da revista Penitente, e também a estará autografando.

Marcelo Carota - Assessor de comunicação da Lei Rounaet e editor do fanzine Pirata.


O 2º Encontro do Quadrinho Nacional, que tem como proponentes e organizadores os quadrinhistas rio-grandinos Law Tissot e Lorde Lobo, acontecerá nos dias 30 e 31 de janeiro, a partir das 14 horas, no Ponto de Cultura ArtEstação (antiga estação férrea do balneário Cassino, Rio Grande / RS), com entrada franca. Estão todos convidados a comparecer!

Estão apoiando o evento, até o momento, a pousada Refúgio do Sol (3236.5125 / 9976.3345), gráfica Ponto Gráfico (3035.5242) e a Livraria Vanguarda (2125.1234).

E também participo da exposição com uma página do projeto Pequenos Heróis, produzido em parceria com o amigo Estevão Ribeiro!


Não deixem de conferir!

Abraços!

Jaum

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Cyberpunk?



Havia muito tempo que não me dava tanta vontade de desenhar. Desde que a primeira edição da Peiote foi lançada que tenho me sentido mais livre para experimentar e voltar a curtir o momento em que estou trabalhando. É uma sensação estranha, mas muito boa. Não tenho desenhado quanto gostaria, mas daqui pra frente o ano será de muito trabalho nos desenhos. No entanto, o período sem desenhar foi por um motivo relacionado aos quadrinhos ainda. Estava aprofundando em estudos para compor um novo roteiro. Na verdade uma história que foi derivada de uma outra que estava fazendo, mas que ainda precisa de um tempo para amadurecer. Elementos foram se cruzando paralelamente, surgindo assim esta história que estou produzindo. Como minha pretensão sempre foi publicá-la na próxima edição da Peiote, convidei o amigo e parceiro da revista A.Moraes, roteirista de Desvio, para me ajudar no roteiro. Estamos na pré-produção do mesmo e de uma história simples e rápida, ela se tornou uma mini-série, onde os capítulos serão publicados a partir da segunda edição da revista. É bom trabalhar com o Abs, pois ele consegue puxar elementos, e referências!, dos mais variados para uma história. Já trabalhamos juntos em um outro roteiro, que ainda não foi desenhado (mas será!) e a capacidade do cara é fantástica. Considero-o um dos melhores roteiristas brasileiros, se não o melhor, mas ainda não teve oportunidades de mostrar seu trabalho de forma satisfatória (falta de mercado, editoras etc. etc.). A história que estamos fazendo está realmente empolgante. Estou me divertindo muito nesta etapa de pré-produção e acredito que me divertirei ainda mais quando começar a produzir mesmo. É isso.

Abraços!

Jaum

p.s.: a ilustração acima é parte da pré-produção, então talvez ainda mudem alguns elementos!

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Começando 2010 relembrando o passado


O mundo gira, gira e o tempo passa rápido demais. Parece que foi ontem. Em fins de 2004, com 17 anos, me decidi por adentrar no mundo das artes. Não havia mais nada pelo qual gostaria de seguir. Tentava montar uma banda de rock, mas nunca conseguia. Larguei a escola pela primeira vez. E então, lembrando que sempre havia gostado de desenhar e de ler, optei por começar a estudar histórias em quadrinhos. Naquela época não tinha noções sobre peculiaridades de linguagens entre artes etc. (na verdade não tinha nem a idéia de que o que me inquietava era o mundo artístico), era tudo muito ingênuo e livre. Mas sabia que para desenvolver aquilo deveria me juntar a pessoas que sabiam sobre o assunto. Não conhecia ninguém. Comecei a estudar desenho autodidaticamente. Algum tempo depois, já em 2005, estava num sebo comprando alguns quadrinhos e vi um cartaz de um curso de quadrinhos em Belo Horizonte. Tratei de anotar o telefone que ali estava. Voltei para casa e esqueci. Porém, não era a última vez que aquele cartaz cruzaria meu caminho. Cerca de um mês depois, estava na livraria Leitura e novamente o vi. Além do cartaz achei alguns flyers. Peguei um e levei para casa. Percebi que estava em cima. O curso começaria dali a duas semanas! Novamente não me preocupei demais. No entanto, faltando uma semana para o início encontrei por acaso aquele flyer em cima de minha mesa e resolvi ligar para o Centro Cultural da UFMG, pelo telefone que ali constava. Me interessei. Mas havia um problema: a situação financeira de minha família estava complicada. Só que eu, naquele momento, sabia que era aquilo que gostaria de fazer. Que era aquilo que precisava. Juntei uma quantidade de livros que tinha e corri em direção aos sebos da cidade. Consegui a grana para pagar a matrícula e a primeira mensalidade. Me matriculei. Os professores: Wellington Srbek e Fernando Cypriano. Nunca tinha ouvido falar em nenhum deles. Não tinha problemas. Sabia que minha vida mudaria dali em diante. E mudou.
O curso começou. Conheci alguns que fariam parte da minha vida até hoje, como o Daniel e o Marcus, que co-publicaram comigo as revistas Totem e Peiote (o Marcus faz sua estréia na segunda edição da revista!). Aprendi sobre a história dos quadrinhos. Coisas que me influenciaram sempre desde então. Little Nemo, Moebius, Hugo Pratt, Druillet, Mignola. Aprendi sobre narrativa de quadrinhos. Técnicas de desenho. Fiz meu primeiro fanzine. Naquela época se iniciou uma efervescência criativa e de vontade de produzir incrível. Acho que o Curso de Quadrinhos conseguiu juntar as pessoas certas na hora certa em Belo Horizonte. E, certamente, não conseguiria tudo o que conquistei em termos de aprendizado em outro lugar. Tudo estava propício para a situação. O curso era de quatro meses. Ficamos dois anos. Acabava um, começava outro. Todos sempre focados na idéia de aprender o máximo possível. Produzimos quatro fanzines durante o período.
Em fins de 2006 o Srbek lançou a idéia de construir um saite de quadrinhos, o maisquadrinhos, onde, além da sessão de vendas das revistas independentes dele, teria um espaço para a publicação de histórias em quadrinhos. Começava ali a Área 51.
O ano de 2007 chegou e comecei a produção de uma história que já vinhamos desenvolvendo na época do Curso de Quadrinhos: Goblinóide. Lembro que esta foi a primeira história em quadrinhos que produzi com a seriedade de prazos. Também foi onde tive que aprender a trabalhar com cores. Antes, como os zines eram em xerox, sempre trabalhava em preto e branco. Dali em diante entrava toda uma nova gama de possibilidades com as cores. Aprendi também meus primeiros conceitos com o programa Photoshop. Todos nós lá do curso (os que estavam realmente dentro da efervescência), eu, o Daniel, o Marcus e o Wellington Cruz, produzimos para o saite. Se a memória não me falha, produzi as cores de todas as histórias publicadas na época. Afinal, era o único com alguma noção do assunto. Mas me foi importante isto, pois me possibilitou avançar nos conhecimentos iniciais que tinha na época. Tanto como colorista, teoria de cores etc., quanto como na colorização digital utilizando o Photoshop.
Já fazem três anos desde que estas histórias foram criadas.
Mas, como uma boa relembrança, o Srbek agora está republicando todas elas em seu blog: http://maisquadrinhos.blogspot.com/. As páginas estão sendo publicadas diariamente. Dêem uma passada lá, quando tiverem um tempo!

Abraços!

Jaum

P.S.: E, por incrível que pareça, esta página das postagens trás mais significados: os personagens do primeiro quadrinho são (da esquerda): o Lucas, Eu e o Rafael (todos lá do Curso de Quadrinhos). O Marcus é o que está caído no segundo quadro. E ela foi o primeiro trabalho que fiz juntamente com o Junim, pois, na correria aqui em casa, ele que cobriu as áreas de preto com nanquim pra mim!